Eu e as Rádios
Ontem, Cláudio Salles me ligou pedindo que o substituísse em um debate. Seria uma discussão sobre “Democratização dos Meios de Comunicação e as Rádios Livres”. Ao aceitar fiquei pensando como me preparar para falar para universitários da UFRJ. Tenho material sobre rádios de diversas épocas. Fico achando que enquanto o país se moderniza (já existem três rádios transmitindo digitalmente), a discussão sobre “democratização” está no mesmo pé de quando começou nos anos 80.
O debate seria com representantes da Rádio Pulga (UFRJ/IFCS), Rádio Interferência (UFRJ/Comunicação) e CMI (Centro de Mídia Independente). Com uma hora de atraso, devido a aula de um professor (que esqueceu de se aposentar), um debate entre chapas pra eleição do C.A. e uma assembléia de alunos, lá fui eu aos leões. (Como a rádio Pop Goiaba ficou demasiadamente em evidência, toda semana tem convite para debate ou entrevista).
Na platéia, sete alunos sobreviventes das atividades do IFCS (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais). Na mesa, todos os convidados, exceto o pessoal do CMI que ligou dizendo que a condição para que fossem era de não falarem, por causa da timidez de todos.
Confesso que li tudo o que podia, além de repassar mentalmente informações vitais sobre o sistema de radiodifusão brasileiro, que é muito ruim. Mas na hora H, olhei a platéia e prestei atenção no que dizia cada debatedor. Acabei mudando toda a direção do que ia dizer. Em vez de falar de números, falei do dia-a-dia; em vez de contar a história das rádios livres no mundo, falei sobre música independente e a luta contra o jabá. E assim falamos durante uma hora sem deixar a platéia fazer perguntas. Imaginei que tinha sido um fracasso total. Ao final, fui procurado por um casal que me disse ter gostado do que eu tinha falado e que tinham vontade de montar uma rádio na Baixada Fluminense. Como adoro procurar sarna para me coçar, ofereci ajuda no que eles precisassem na parte de infra-estrutura. Combinei com as rádios organizarmos festas (rádios livres nunca tem anúncio) para arrecadarmos dinheiro para as despesas com equipamento. Fui embora a pé, enquanto os meninos da Interferência pegavam seus skates e partiam de volta para casa. Me senti tio dos universitários, mas saí convencido que essa história de rádio nunca vai morrer. Pois aqueles meninos mostraram no debate a preocupação de no ano que vem, quando entrarem novos alunos, trazê-los para o movimento da “Reforma Agrária no Ar”.
O debate seria com representantes da Rádio Pulga (UFRJ/IFCS), Rádio Interferência (UFRJ/Comunicação) e CMI (Centro de Mídia Independente). Com uma hora de atraso, devido a aula de um professor (que esqueceu de se aposentar), um debate entre chapas pra eleição do C.A. e uma assembléia de alunos, lá fui eu aos leões. (Como a rádio Pop Goiaba ficou demasiadamente em evidência, toda semana tem convite para debate ou entrevista).
Na platéia, sete alunos sobreviventes das atividades do IFCS (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais). Na mesa, todos os convidados, exceto o pessoal do CMI que ligou dizendo que a condição para que fossem era de não falarem, por causa da timidez de todos.
Confesso que li tudo o que podia, além de repassar mentalmente informações vitais sobre o sistema de radiodifusão brasileiro, que é muito ruim. Mas na hora H, olhei a platéia e prestei atenção no que dizia cada debatedor. Acabei mudando toda a direção do que ia dizer. Em vez de falar de números, falei do dia-a-dia; em vez de contar a história das rádios livres no mundo, falei sobre música independente e a luta contra o jabá. E assim falamos durante uma hora sem deixar a platéia fazer perguntas. Imaginei que tinha sido um fracasso total. Ao final, fui procurado por um casal que me disse ter gostado do que eu tinha falado e que tinham vontade de montar uma rádio na Baixada Fluminense. Como adoro procurar sarna para me coçar, ofereci ajuda no que eles precisassem na parte de infra-estrutura. Combinei com as rádios organizarmos festas (rádios livres nunca tem anúncio) para arrecadarmos dinheiro para as despesas com equipamento. Fui embora a pé, enquanto os meninos da Interferência pegavam seus skates e partiam de volta para casa. Me senti tio dos universitários, mas saí convencido que essa história de rádio nunca vai morrer. Pois aqueles meninos mostraram no debate a preocupação de no ano que vem, quando entrarem novos alunos, trazê-los para o movimento da “Reforma Agrária no Ar”.
9 Comments:
At 7:24 PM, Syrena said…
essa DJ aqui quer voltar a fazer o programa!
bjs
At 3:00 AM, Anonymous said…
Ah, rádios como essa não morrerão jamais, porque pregam a liberdade (sem precisar de computador + internet pra serem ouvidas)!!
At 6:19 AM, Olha...e se eu pudesse entrar na sua vida... said…
tem rádio brasileira aqui, ouve só!
www.mizzbrazil.com , excelente rádio, música de primeiríssima qualidade!
At 9:06 AM, Raquel said…
Cara, tem que ver como é que funciona esse lance no sul, em Curitiba, onde as bandas locais tocam no rádio. Em SP tb tinha uma rádio democrática, creio que independente, a Brasil 2000, se não me engano, mas parece que vai fechar.
At 10:06 AM, Anonymous said…
Gláucia,
Precisamos pensar uma estrutura mesmo que pequena para a voltar a
ter programa.
bjs,
At 10:08 AM, Anonymous said…
Edu,
Acho que o romantismo da velha e boa rádio faz com que ela sobreviva a todas intempéries.
abs,
Paulo
At 10:12 AM, Anonymous said…
Mari,
Rádio faz com que a gente fique mais perto de quem está longe da gente. A música leva nossos pensamentos! Quando chegar em casa vou seguir sua dica de rádio web.
bjs,
Paulo
At 10:15 AM, Anonymous said…
Raquel,
A história de Curitiba é muito legal. Pena que não passou a lei que obrigava as rádios a executarem música local. Quanto a Brasil 2000 que é uma rádio comercial, é uma pena que vá fechar
bjs,
At 7:27 AM, Suzane Werdt said…
e é isso aí, paulinho... a promessa está se realizando. Acabamos de instalar nosso transmissor. E quem quiser ouvir a Rádio Pulga é só sintonizar FM102.5 nas proximidades do centro, glória, rio comprido, lapa...
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