A Música de Pandora

Estou ouvindo música!

Até aí qual é a novidade? - perguntarão alguns e rirão outros.
É que estou ouvindo música organizada por músicos e profissionais de informática. Através de uma web rádio, os carinhas bolaram um veículo de comunicação totalmente musical. Isto é, você escolhe a música ou a banda/vocalista e o robô seleciona para seu deleite. Tem mais! Além do que você pediu, ele insere músicas (estilos, harmonias, tonalidades) de outros músicos que se assemelham por influências em comum ao que você está ouvindo. Neste momento estou ouvindo Tori Amos. Por ter selecionado-a, acabei conhecendo outras cantoras muito próximas de seu estilo. Como na natureza nada se cria, tudo se copia... Ficam as dúvidas quando entra na programação "Blues" com Joni Mitchell. Seria ela a matriz de tudo o que ouvimos de cantoras cool, hoje em dia? Jane Duboc que morou nos Estados Unidos confessou que seu vocal é inspirado em Joni. E as outras grandes cantoras, em quem se inspiram?
O projeto "Music Genome Project" mostra isso o tempo todo. É como se abrissem a caixa de Pandora musical e saíssem todas as músicas inspiradoras do mundo. Encerro o texto ouvindo Jewel, cantora cuja sonoridade nunca havia percebido. Estou me sentindo mais ignorante do que já sou, espero melhorar um pouco daqui em diante.
Dedico este texto ao Ronzi, verdadeiro paladino na busca de novas sonoridades. E a todos que tiverem curiosidade em se deleitar com muita música, visitem o sítio www.pandora.com

F M E

Hoje termina o Fórum Mundial de Educação. Pela primeira vez é realizado no Rio de Janeiro, exatamente em Nova Iguaçu. Por que? Nova Iguaçu é uma cidade que muitos brasileiros já ouviram falar ou leram a respeito. Na campanha nacional pelo desarmamento, o prefeito da cidade reinaugurou uma praça somente com brinquedos feitos com material reciclado das armas recolhidas da população. Além disso, a praça foi rebatizada com o nome das crianças que foram assassinadas na chacina promovida pela Polícia Militar local. Por isso a coordenação do Fórum escolheu a cidade para sediar o maior evento de educação do mundo. Nada mais forte do que realizar o Fórum em uma cidade marcada pela violência policial, desemprego e falta de escolas estaduais.

Na abertura, quase 5.000 pessoas participaram de uma passeata pela educação. Ontem e hoje aconteceram oficinas e exposições as mais diversas com especialistas de diversas partes do mundo. Na abertura, garantiu-se politicamente que as conclusões do Fórum serão encaminhadas ao Governo Federal.

Cada vez fica mais claro para nossos governantes que se preocupam com Educação que o desafio de termos um povo educado levará mais de uma década para ser atingido. Países pequenos como a Irlanda, levaram quase 10 anos para alfabetizar e qualificar tecnicamente seus cidadãos.

Não existem milagres quando se fala de educação! Minha médica costuma dizer que, se quisermos alfabetizar nosso povo, teremos que começar em nossos lares, onde muitas vezes passam trabalhadores domésticos analfabetos. Temos uma oportunidade ímpar de vencermos paulatinamente o constrangimento do ser humano. E também a suposta substituição do aprendizado das letras, pela fácil informação apresentada pelo rádio e tv. Uma grande amiga, confessou-me estar realizada aos 40 anos quando resolveu participar de um projeto governamental de alfabetização. Sob sua responsabilidade 40 empregadas domésticas e um motorista se formaram recentemente como leitores ávidos de um mundo que não pode esperar.

No dia da formatura, o patrocinador da metodologia de ensino (baseada em Paulo Freire), enviou camisetas em que vinha inscrito Projeto BB-Educar. Erraram! Ninguém queria usar a camiseta do banco patrocinador no dia mais importante da sua vida. Todos, sem exceção, se esmeraram em escolher em seus guarda-roupas a melhor blusa/camisa ou melhor saia/vestido/calça. Afinal de contas, não é todo dia que um adulto aprende a ler. Ler é viver!!!

Aqui me tens de regresso

Começar de novo/E contar contigo/Vai valer a pena/Ter amanhecido (Ivan Lins).

Hey man, voltei. Voltei bem disposto, depois de um dia cinzento de trabalho. Quem quiser conhecê-lo, visite por favor o site www.bancariosrjes.org.br. As vezes me perco em amenidades, outras vou direto ao assunto principal. As vezes formo teias de assuntos. De vez em quando consigo conectá-los a dura realidade em que vivemos, mas o que eu gostaria de fazer era dar asas aos sonhos. Buscar novas literaturas, compor novos sons (celestes ou mundanos), pintar o sete e o arco íris, fotografar e filmar mares e rios. Estaria mais feliz comigo. Mesmo que desprezado pelo mundo, me admiraria pela coragem de voar sozinho.

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Amanhã vou trabalhar até tarde. Assim quem sabe, acerto os ponteiros dos relógios dos boletins e sites da vida. Amanhã não ficarei com a consciência pesada em relação a Cris. Antigamente ia buscá-la no trabalho. Agora ela não trabalha mais a noite e acontece justamente o oposto do que eu gostaria. Nunca estou em casa quando ela chega. Me sinto culpado por não estar ao lado dela nessas horas. Até no show do Santana me senti culpado por sua ausência. Ao contrário do show do Roger Waters em que ela não pode ir por causa do sobrinho, nesse ela descartou os solos maravilhosos da guitarra. Ela tem horror ao rock setentista de um modo geral. A primeira vez que ela disse que era música de maluco, eu me ofendi. Depois passei a ver as cenas rockeiras de maneira distanciada e pude entender que ela tinha alguma razão. É tudo doido e eu faço parte. E ainda carrego Guilherme junto comigo!