Envelhecer ou quanto tempo vale a pena viver?

Que o nosso país vai ser um país de maioria de pessoas mais velhas, todos nós já estamos esperando. O que me causa espanto é saber de quanto vai ser a idade dos mais velhos. A sensação é de que vamos nos parecer com tribos indígenas onde os anciãos vivem mais de cem anos. No jornal O Globo de domingo, tem uma foto de um senhor que fez cem anos. Há vinte anos aposentado, ex-dono da Casa Mattos (onde sempre comprei meu material escolar), ele frequenta a praia do Leblon como qualquer garotão morador do local. Este ano já temos 2.250 cidadãos com mais de cem anos.

O que nós temos a ver com isso?

Tudo ou nada! Pois poderemos nos tornar centenários daqui a algumas décadas. Alguém topa encarar essa idade?

Esta coluna humildemente como vem fazendo com certa frequência, deixa esta questão para debate. Dê sua opinião sincera como de costume!
(A foto acima é de uma mulher que está envelhecendo em barril de carvalho)

A Bandeira e o Hino

Estou descobrindo que o estado em que moro adora uma polêmica. Falta de assunto é o que não falta! O penúltimo acontecimento, porque o último ainda está por vir, foi a aprovação do projeto de lei da deputada Alice Tamborindeguy (PSDB). Achou o sobrenome familiar? Isto mesmo, ela é irmã de socialite e presidente da comissão estadual de educação. (Recentemente apresentou projeto de criação de delegacias para atendimento de homossexuais, o qual aguarda entrar na pauta de votação) .
O projeto aprovado, que está dando o que falar, altera Lei Estadual de 1996 sobre a obrigatoriedade da prática cívica nas escolas públicas. No que foi votado e aguarda sanção da Governadora Rosinha (não é a Monkees), os estudantes e professores de escolas públicas e particulares terão que cantar o hino nacional quatro vezes por semana acompanhando o hasteamento da bandeira do Brasil.
Vejamos a justificativa da deputada: "Acho que o brasileiro não valoriza, como deveria, os seus símbolos... Falta patriotismo, e esta medida é importante para educarmos nossas crianças com estes valores, importantes para a sociedade."

Voce acredita como a deputada que tal medida ajude os jovens cariocas a valorizar nossos símbolos nacionais. Na sua opinião isto é importante?

Só para Mulheres

A foto ao lado foi tirada na estação Cinelândia do Metrô do Rio. Mulheres embarcam no vagão que é restrito a elas no primeiro dia de vigor da Lei que determina a Supervia (Companhia de trens) e a Cia. do Metropolitano a destinação de um vagão no horário do rush somente para mulheres.
Pela foto da para notar que os homens não estão levando a sério a determinação legal. Por outro lado, as mulheres, em alguns casos, cansadas de serem bolinadas, estão felizes com a idéia do Legislativo. Tentei fazer mais fotos, mas os seguranças ficaram possessos com esta que eu fiz, caso queiram ver outras. digitem:
www.bancariosrjes.org.br e cliquem no Unidade Informativo onde poderão ver a foto da Renata Silveira antes que fosse impedida pelo segurança. Agora podemos ir aos comentários sobre a lei. O que vocês acham da determinação da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro?

Blogs em Questão

Da agência espanhola de notícias EFE :

"A Justiça americana tenta definir os direitos e obrigações de bloggers (autores de páginas pessoais na internet), diante de um conflito entre três bloggers e a empresa de informática Apple.
Segundo a Apple, três bloggers publicaram informações comerciais secretas da companhia em seus respectivos blogs, e quer a identidade do revelador das informações.

Os bloggers buscaram proteção na lei de imprensa, argumentando que podem ocultar suas fontes. A Apple se defende dizendo que os três não são integrantes legítimos da imprensa e, portanto, não possuem os mesmos direitos.

Diante da explosão de blogs e o papel cada vez mais importante que têm no panorama informativo, não somente nos Estados Unidos, senão em todo o mundo, surgem questões quanto os direitos e as obrigações de quem os escrevem, e se quem os escrevem são ou não jornalistas.

"Este é um caso importante para todos os meios de comunicação, sejam online ou não", apontou Efe Kurt Opsahl, advogado da Fundação Fronteiras Eletrônicas (EFF, sigla em inglês), com sede em São Francisco.

O grupo, que defende a PowerPage.org, um dos meios implicados no caso, se converteu em um dos maiores expoentes da proteção dos direitos dos bloggers, e dispõe de um extenso "guia legal" onde aponta até onde alcançam os direitos da blogosfera.

Segundo a EFF e Opshal, "o importante é o formato, não o conteúdo. A questão é se um jornalista pode ou não publicar um blog".

Em uma decisão anterior, no ano passado, o juiz de um tribunal menor decidiu que os bloggers não estão protegidos pela lei que permite aos jornalistas a não revelar a identidade de suas fontes de informação."

Simplesmente Roy

"É sabido o desejo das vanguardas de tirar a arte dos museus e levá-la para as ruas. Para além das tranformações na própria noção de arte daí decorrentes, o resultado mais curioso e paradoxal foi a absorção, desta mesma vanguarda, pelos museus de arte moderna. Conscientes desta incorporação, os artistas pop inverteram a lógica - trouxeram o mundo para dentro do museu. Não um mundo de coisas e objetos, mas de imagens e mitos. Como observou certa vez o artista Roy Lichtenstein (1923-1997), "o que marca a arte pop é antes de tudo o uso que ela faz do que é desprezado"... (Luiz Camillo Osorio em O Globo)

Ainda não tive tempo, por conta da avalanche de eventos espanhóis em minha cidade, de ir até o MAM. Em um estado marcado pela exuberante mostra "Mirabolante Miró" e pela censura ao quadro de Márcia X exposto na mostra "Erótica" no CCBB, nada melhor do que dar uma passadinha em uma exposição de arte pop. Passando ao largo da crítica internacional, até por não ter sido marqueteiro, como é comum entre os artistas famosos de nossa modernidade, a mostra enxuta da obra de Roy me parece ser algo interessante por vivermos tempos de degradação da arte pela arte. Quase tudo que se faz vira evento para atrair multidões para Bienais, mostras ao ar livre, movimentos que tentam sintetizar alguma década tipo: anos 90, geração Parque Lage, Mandala, etc...

Eu, cá comigo converso o seguinte: procuro o belo (não o pagodeiro), onde quer que ele esteja. Tenho certeza que ele não é propriedade de nenhum movimento, artista conceitudado ou está definido por algum crítico. Ele é aquele que consegue condensar meu gosto pessoal e minha capacidade limitada ou não de entendimento.

Para quem quiser arriscar dar uma espiada na primeira exposição individual da América do Sul do Roy, são 78 desenhos e colagens expostos até 21 de maio, do meio-dia até às 19 horas. Estudantes pagam 2 reais e crianças até 12 anos não pagam. Lili e Ronzi estão convidados.

Uxía de Santiago

Santiago de Compostela é capital da Galícia, que fica no norte da Espanha. A Galícia é uma província autônoma com quase 3 milhões de habitantes. Lá se fala o galego e o castelhano. Para alguns, o galego é o português da Espanha. Para outros uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Para os brasileiros que gostam de futebol, é lá que fica a cidade de La Coruña, onde jogou o craque brasileiro Bebeto. Para os amantes da boa música espanhola, é de lá a cantora maravilhosa de nome Uxía Senlle. Cantora esta que divulga desde o seu primeiro trabalho o folclore da região cantando em galelo, é claro. De uns tempos para cá, ela vem buscando novas sonoridades, através de suas composições ou de compositores que fundamentaram a obra de Amália Rodrigues e atualmente da também maravilhosa Dulce Pontes.
Para os niteroienses que não tinham acesso a sua discografia, Uxía brindou-os com três maravilhosas apresentações nos Teatros da Uff e Municipal. Eu e dona patroa, estivemos lá conferindo. Nota 10 pelo show que teve o luxuoso acompanhamento do pianista e acordeonista dos Açores, Paulo Borges, se eu não estiver trocando o nome novamente de alguém. Se voce não pretende vir a Niterói assistir ao maior evento cultural sobre a Espanha já realizado em nosso país, compre o cd, baixe as músicas em mp 3, grave de alguém, faça alguma coisa...

Sem relógio

Faz três finais-de-semana que não uso meu relógio de pulso. Aproveitei-me de uma doença para não marcar o tempo. Confesso que me senti estranho nos primeiros dias, mas depois que restabeleci a saúde, pude refletir melhor sobre viver sem controle do tempo.
Keka dorme todos os dias na mesma hora, isto é, contrariando a lógica dos gatos, troca o dia pela noite. Às 6 horas em ponto ela nos acorda reclamando de alguma coisa: água, comida ou caixinha de areia lotada. Keka não usa relógio, não vive correndo atrás de comida, água ou necessidades fisiológicas. Mas sempre sabe a hora certa das coisas. Samara não marca a passagem do tempo. Quando voltamos da rua, faz muita festa para nos receber. Independente do tempo que ficamos fora, sejam 5 minutos ou 8 horas. Só os homens aceitam o controle do tempo. Vivem correndo para ir trabalhar, pegar o ônibus, comprar pão ou jornal. Assistir um filme no cinema ou futebol na televisão. Tirar o relógio do pulso provoca a sensação de jogar uma coleira fora depois de termos andado desde a tenra idade usando-a. O meu primeiro relógio (marca Classic), ganhei aos 7 anos. Depois ganhei um sueco da minha madrinha, logo após comprei um digital e anos atrás ganhei um belo Mondaine da patroa. Nesse momento uso o pulso
livre. Antes de ir para o trabalho, vou colocá-lo já pensando na volta, quando o esconderei em cima do armário de CDs. Alguém sabe quanto tempo gastou lendo esse texto? Quanto tempo ficará usando o computador? Quantos blogs visitará e durante quanto tempo? Para que serve o controle do tempo?